Maior túnel do mundo é aberto entre Suíça e Itália
Megaobra tem 57 quilômetros e será percorrida por um trem de alta velocidade que, a partir de 2016, unirá as cidades de Zurique e Milão
Informativo Massa Cinzenta – Cimento ItambéAté
o começo de 2016, toda a linha férrea que cruza o
túnel de Gothard, nos
Alpes Suíços, estará concluída. São 57 quilômetros cortando a cadeia de
montanhas que é um símbolo da Europa. A perfuração das rochas começou
em 2000 e foi concluída em 2011. Em 80% dela foram usados escavadores
gigantes e em 20% utilizou-se o método tradicional com explosivos.
Conforme o túnel foi avançando, o revestimento das paredes e o radier,
ambos em concreto, deram forma ao túnel.
Quando estiver
totalmente concluído, o Gothard terá consumido 1,3 milhão de m³ de
concreto e 440 mil toneladas de cimento. Com o túnel, a travessia em
trem de alta velocidade entre as cidades de Zurique, na Suíça, e Milão,
na Itália, será feita em cerca de duas horas. Bem-sucedida desde a etapa
de projeto, que começou a ser concebido em 1996, passando pela execução
de longo prazo (16 anos), a megaobra já serve de inspiração para outros
empreendimentos. Também já foram iniciados projetos para viabilizar um
túel ligando Lyon (França) a Turim (Itália) e outro substituindo o túnel
Brenner, entre Áustria e Itália – todos cortando os Alpes.
Os
57 quilômetros do Gothard são insuperáveis. Trata-se do maior túnel do
mundo. Ultrapassa em extensão o Túnel Seikan, no Japão, que mede 53,85
quilômetros e liga as ilhas de Honshu e Hokkaido. Também é maior que o
Eurotúnel, que liga França e Inglaterra, atravessando o Canal da Mancha,
e que tem um percurso de 50,5 quilômetros. Para superar os 57
quilômetros, foram extraídos 12 milhões de toneladas de rocha, dos quais
2 milhões de toneladas foram transformados em agregados (brita e areia
de brita) para a composição do concreto. Já os resíduos de rocha
inadequados para usar como agregados foram utilizados em aterros.
Cura do concreto a 20 °C
Duas
usinas capazes de produzir 120 m³ de concreto por hora foram instaladas
em cada uma das extremidades do túnel, para fornecer material para o
revestimento das paredes e a construção do radier que suporta os
trilhos. Os agregados chegavam às usinas transportados por trens. Uma
megaobra desta envergadura, obviamente, não sai barato. O custo está
estimado em 10,1 bilhões de francos suíços – o equivalente a quase 40
bilhões de reais, já considerando a desvalorização da moeda brasileira.
Em
termos de uso de tecnologias inovadoras, o Gothard não as poupou. Por
ser construído em uma região de baixas temperaturas em boa parte do ano,
foi necessário que a engenharia projetasse grandes aquecedores para
manter a temperatura entre 20 °C e 25 °C nos trechos concretados do
túnel.
Com isso, se atingiu a cura ideal do material, dando-lhe uma
aparência de concreto envernizado. Além disso, atingida a resistência
ideal do concreto, cumpre-se o que determina o projeto: megaobra com
ciclo de vida útil superior a 100 anos.
Com a concretagem
concluída, e 94% dos trilhos instalados, no dia 1º de outubro de 2015
começaram os primeiros testes com os trens. Esse período deverá se
estender até junho de 2016. No segundo semestre do ano que vem haverá as
primeiras viagens com trens cargas. Em seguida, virão os testes com
passageiros. “Também testaremos a ventilação e o sistema de evacuação de
passageiros, em caso de incêndio. Após a abertura, queremos ter o túnel
mais seguro da Europa”, diz Renzo Simoni, CEO da AlpTransit Gotthard –
consórcio responsável pela construção. A megaobra envolveu dois mil
operários no ápice do empreendimento, sendo que nove morreram nas
escavações.
Entrevistado
Consórcio AlpTransit Gotthard (via assessoria de imprensa)
Contato: info@alptransit.ch
Créditos Fotos: Divulgação/AlpTransit Gotthard
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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