Sinergia entre gerências é essencial para obtenção de bons resultados
Boas
práticas de gestão de projetos e interação com a área financeira
beneficiam a obra em termos de qualidade, atendimento a prazos e
rentabilidade.
Redação AECweb / e-Construmarket
Iniciamos o gerenciamento financeiro do projeto antes mesmo da entrega da proposta comercial para o incorporador
Carlos Henrique Studenroth
A sinergia entre a gestão de projetos e a gestão financeira de uma obra é desafiadora, mas essencial na busca de resultados tanto da qualidade
do empreendimento quanto financeira do contrato. “Iniciamos o
gerenciamento financeiro do projeto antes mesmo da entrega da proposta
comercial para o incorporador.
A atividade envolve, de um lado, conhecer
as necessidades do projeto e, de outro, analisar os benefícios
econômicos que trará para o negócio”, diz Carlos Henrique Studenroth,
diretor Administrativo e Financeiro do Grupo RFM.
Muito além dos números, a concepção financeira ocupa-se de identificar os prováveis riscos
e respectivas intervenções para saná-los. “Como os riscos sempre
envolvem custos, precisamos precificá-los, pois podem representar
prejuízos ou oportunidades para a organização”, diz.
Sinergia entre a gestão de projetos e a gestão financeira de uma
obra é essencial na busca de resultados (Rawpixel.com/ Shutterstock.com)
De acordo com o guia Project Management Body of Knowledge
(PMBOK), há os riscos conhecidos, que podem ser contingenciados na
estrutura de custos. “Criamos, por exemplo, alguns coeficientes para
cobrir eventuais perdas de concreto, aço ou outros materiais e, também,
os riscos comuns à atividade”, explica.
Para os eventos que acontecem de surpresa (riscos desconhecidos), a
construtora define um percentual sobre o valor total do orçamento.
Mediante relatório comprovando a ocorrência junto ao cliente, os valores
correspondentes à reserva gerencial deverão ser liberados pelo sponsor.
TRABALHO EM CONJUNTO
O principal desafio de um projeto, na opinião de Studenroth, é ter as
áreas financeira e de engenharia trabalhando juntas. “Com base no
PMBOK, nas lições aprendidas, nas experiências da empresa e do mercado,
temos comitês de validação de proposta. Deles fazem parte o gerente de
projetos já designado, a diretoria de obras, a diretoria financeira e a
diretoria comercial. Procuramos formular propostas bem embasadas, com
soluções técnicas alternativas, e não simplesmente dar o preço”, conta.
A partir do momento em que a construtora é contratada para realizar a
obra, haverá um grande dinamismo de ações. A principal delas cabe à
gerência de projetos, que fará o planejamento executivo da obra. Devem
estar previstos o plano de ataque produtivo, o cronograma de suprimentos
e aquisições, e o que será executado pelo pessoal interno.
Qualquer tipo de contratação pelo gerente de projetos passa, necessariamente, pela diretoria financeira
Carlos Henrique Studenroth
Segundo o especialista, a diretoria financeira acaba se envolvendo em
quase todas as atividades do projeto. As aquisições de serviços e
materiais exigem dinamismo e colaboração entre a área financeira e a
gerência de projetos. “É uma matriz mista. Qualquer tipo de contratação
pelo gerente de projetos passa, necessariamente, pela diretoria
financeira. Identificamos, por exemplo, se o projeto teve a verba
destinada na fase de orçamento e planejamento ou se foi alocada de forma
indevida – neste último caso, fazemos a correção de rumo”, diz.
De acordo com o diretor, a adoção das boas práticas de gestão de
projetos permite melhor alinhamento com a área financeira. “A principal
delas é o engajamento da gerência de projetos com o resultado financeiro
do empreendimento. Isto não significa que priorizamos a remuneração
variável atrelada à resposta do projeto. Ou seja, a estratégia não é a
busca do lucro como meta final, mas também o que vai trazer de impacto
futuro na qualidade da obra e na assistência técnica”, comenta
Studenroth.
O gerente de projetos deve receber todos os reports e
participar das decisões e análises gerais de custos, direcionando sua
energia para o planejamento e a execução da obra. Quando a construtora
tem uma estrutura funcional apoiando o gerente de projetos, fica
reduzida sua responsabilidade pela totalidade das ações. “Ele não deixa
de ser o responsável pelos resultados, até porque as boas práticas assim
exigem. Mas ele otimiza as áreas funcionais – financeiro, engenharia,
compras, suprimentos e jurídico – para poder fazer o monitoramento e o
controle do projeto”, defende.
É usual que o incorporador contrate os projetistas, exceto quando se trata de um contrato do tipo turn key, cabendo
à construtora coordenar e propor soluções técnicas. Porém, a mudança de
escopo é fato recorrente e de maior impacto numa obra, exigindo a
máxima atenção de todos os stakeholders.
“Mantemos um comitê de alteração de escopo contratual. Se surge uma
necessidade técnica ou de negócio que trará benefícios ao empreendimento
– porém altera o escopo e tem valor mais elevado –, o gerente de
projetos leva a questão ao comitê. Essa equipe trabalha com formulários
sequenciais que apresentam o projeto original e o novo. São verificados,
principalmente, os impactos de custos e de prazos que essas alterações
vão determinar no contrato.
Apresentamos ao cliente, que pode ou não
autorizar”, destaca, lembrando que mudança de escopo pode também induzir
novos riscos e problemas de qualidade.
Leia também: Planejamento deve englobar recursos financeiros e humanos
Colaboração técnica
- Carlos Henrique Studenroth – Formado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (2000); com pós-graduação lato sensu
em Finanças Empresariais pela Fundação Escola de Comércio Álvares
Penteado (FECAP); MBA em Economia da Construção Civil e Gestão
Estratégica e Econômica de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV-SP). Atua como diretor Administrativo e Financeiro no Grupo RFM,
empresa do setor de construção civil, e na rede hoteleira Txai Resorts.
Possui forte atuação em gestão de custos e relação com investidor.
Participa ativamente no comitê estratégico da empresa e na definição da
metodologia de gestão a ser adotado nos diversos projetos da companhia.
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- FONTE: Site Construmanager - AECWeb - GESTÃO DE PROJETOS E OBRAS. Artigo "Sinergia entre gerências é essencial para obtenção de bons resultados". Acesso em 09/06/2017. Disponível em <https://www.aecweb.com.br/cont/m/cm/sinergia-entre-gerencias-e-essencial-para-obtencao-de-bons-resultados_15851?utm_source=sales_force&utm_medium=email&utm_term=&utm_content=&utm_campaign=boletim_cm_gestao >
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- TÍTULO DESTA PUBLICAÇÃO:
GESTÃO DE PROJETOS E OBRAS. Sinergia entre gerências é essencial para obtenção de bons resultados nas obras de construção civil!
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Engº José Antonio S. Gonçalves - Ribeirão Preto, Estado de São Paulo - BRASIL.