sexta-feira, 10 de julho de 2015

PLANEJAMENTO PARA O APROVEITAMENTO RACIONAL EQUIPAMENTOS PARA AS OLIMPÍADAS RIO+2016.

Para vencer prazos apertados e evitar elefantes brancos, parte dos equipamentos para os jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 é projetada com sistemas construtivos industrializados e estruturas desmontáveis.
Conheça os destaques em construção no Rio de Janeiro.
Estruturas metálicas e de concreto pré-fabricado em arquibancadas e coberturas foram largamente utilizadas em diferentes obras do Parque Olímpico da Barra da Tijuca











      Duas premissas nortearam o planejamento do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016: o aproveitamento racional dos equipamentos utilizados nos Jogos Pan-americanos de 2007 e o legado do evento para a cidade. Em relação às próprias instalações esportivas, era necessário que fossem atendidos os requisitos estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e que, ao mesmo tempo, princípios como economicidade e simplicidade fossem garantidos.
Com a utilização dos equipamentos do Pan, nem tudo correu às mil maravilhas. O reaproveitamento não exigiu apenas que fossem realizadas adaptações em complexos como o Parque Aquático Maria Lenk - que receberá uma nova piscina de aquecimento e terá o sistema de iluminação reformulado. A organização do evento precisou também demolir o Velódromo que fora construído para o Pan, considerado inadequado para sediar os eventos de 2016.
Perspectiva artística do Parque Olímpico da Barra da Tijuca
"A decisão de construir um novo Velódromo foi baseada em um relatório da União Internacional de Ciclismo (UCI), após vistoria no antigo Velódromo. Segundo a UCI, dois pilares atrapalhavam a visão do público, dos telespectadores e dos árbitros. E a pista não permitia que os atletas atingissem a velocidade necessária para superar recordes olímpicos e mundiais", explica Roberto Ainbinder, diretor de projetos da Empresa Olímpica Municipal (EOM).
De acordo com Ainbinder, outros itens do antigo Velódromo comprometiam o desempenho dos competidores, como o fato de se tratar de uma edificação aberta. "Além disso, o Velódromo construído para os Jogos Pan-americanos tinha capacidade para 1.500 pessoas - e não os 5 mil assentos fixos necessários e área disponível para até 800 lugares temporários, previstos para os Jogos Olímpicos de 2016", acrescenta.
Quanto ao legado dos Jogos para o Rio, a prefeitura buscou exemplos de boas práticas nas cidades que sediaram os eventos anteriormente. Segundo Ainbinder, uma das inspirações foi o planejamento realizado em Londres, onde as melhorias urbanas na região do Parque Olímpico foram previstas para beneficiar a cidade em longo prazo. "O projeto olímpico do Rio segue a mesma lógica de priorizar o legado. A principal diferença é que nossas áreas olímpicas estão espalhadas por quatro regiões da cidade - Barra, Deodoro, Copacabana/ Flamengo e Maracanã. O objetivo é beneficiar diretamente uma parcela significativa da população, que deve chegar a 2 milhões de pessoas", aponta. 
No aspecto administrativo, a prefeitura buscou reduzir os gastos públicos por meio de parcerias público-privadas (PPPs), de forma que projeto, execução e gestão de uma parcela das obras olímpicas coube a um consórcio privado.
Mapa das instalações dos equipamentos esportivos dos jogos de 2016
Do ponto de vista técnico, um dos caminhos trilhados para empregar de forma mais eficiente os recursos investidos foi a opção pela arquitetura nômade, inédita na esfera dos Jogos. A ideia é que instalações que não terão uso após os eventos sejam inteiramente desmontadas e reutilizadas na construção de equipamentos permanentes para a cidade. "Um bom exemplo é a Arena do Futuro, que após 2016 será transformada em quatro escolas municipais", pontua o diretor. O uso intensivo de estrutura metálica, inteiramente aparafusada durante a execução - ou seja, dispensando-se soldagem na obra - é uma das soluções técnicas que conferem viabilidade ao conceito.
Não apenas as instalações temporárias foram projetadas levando-se em conta processos industriais de montagem. Estruturas metálicas e de concreto pré-moldado em arquibancadas e coberturas foram largamente utilizadas em diferentes obras do Parque Olímpico. A busca era não apenas por mais eficiência, mas sobretudo por velocidade na execução - uma vez que o cronograma de entregas é apertado e deve atender à agenda de eventos-testes que serão realizados antes dos Jogos.
Muitas vezes, tais soluções combinaram- se a tecnologias inovadoras, como o emprego de mastros de pinheiro- silvestre para suportar a fachada - no caso das Arenas Cariocas - e de steel deck forrado com placas de madeira, no Centro Aquático. Esse tipo de inovação surgiu para contemplar necessidades técnicas específicas ou para possibilitar que projetos arquitetônicos diferenciados pudessem se concretizar.
FONTE: CBCA - CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO.
Reportagem: Eduardo Campos Lima (colaborou: Gisele Cichinelli) 
Fotos: Divulgação Brasil 2016 / Gabriel Heusi

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